“Uma imagem grosseira, mas exata do processo de criação é a união dos sexos, que é percebida essencialmente como um prazer. A substância do mundo é o gozo. É o que nos aproxima do estado divino. A reprodução e a fecundidade são apenas acidentes ocasionais da união dos sexos, uma utilização do prazer que visa à multiplicação das espécies vivas, e é um erro dos modernos interpretar os mitos e os símbolos da união sexual em termos de fecundidade. O mundo é a centelha do prazer. Não é um dos princípios que fecunda o outro. ‘Afrodite nunca se tornará a deusa, por excelência, da fertilidade. É o amor físico, a união carnal, o que ela inspira, exalta e protege… Sob a aparência de uma divindade frívola, dissimula-se uma das fontes mais profundas da experiência religiosa: a revelação da sexualidade como transcendência e mistério’.”
(M. Eliade, Histoire des croyances et des idées religieuses, p. 296
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