A personagem central de “Espaço Vazio” é uma mulher sofisticada, dona de uma galeria de arte de grande prestígio local e internacional, que vive entre São Paulo, Nova Iorque e a Europa. Quando Dalia conheceu Vítor, ela era monitora de acampamento, e ele, um menino com os desenhos mais estranhos e magnéticos que ela já vira. Dalia havia começado uma faculdade que não iria terminar e morava em um país onde não iria ficar. Mais de vinte anos depois, ela nunca deixou de sentir “alguém a observando a distância, pintando-a com o cabelo mais comprido, a pele mais clara, sem manchas”. Como Vítor havia vaticinado, ela abriu sua própria galeria, porém a primeira exposição não foi a dele. Aliás, nenhum quadro seu jamais agraciou as paredes da “Espaço Vazio”. Para Dalia, aos quarenta anos, o mundo nunca foi tão pequeno e o ímpeto de conhecer o deserto não só não a havia abandonado como nunca fora tão forte.
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